segunda-feira, 30 de novembro de 2009

A TAL DA FALTA DE TEMPO


Demorou, mas aí está: a foto do site da 33a. Mostra Internacional de São Paulo na qual FRÁGEIS AFETOS foi exibido no Arteplex da Frei Caneca (a foto foi tirada lá logo antes da exibição). Mas o melhor mesmo foi encontrar Suzana Amaral no jantar e conversar com ela sobre o Noll, já que ela estava lançando HOTEL ATLÂNTICO. Dei um DVD do filme para ela a fim de que depois pudéssemos trocar algumas ideias. Só que A TAL DA FALTA DETEMPO não me deixa ir ao cinema. Quem sabe com a chegada das férias...
Ah! Também foi legal ouvir os comentários do público no final da sessão. Coisa do tipo: "é bom ver filmes assim, que emocionam. O mundo anda muito medíocre."

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

FRÁGEIS AFETOS em São Paulo

Vejam abaixo o e-mail que recebi na segunda-feira. Agora, vamos para São Paulo. Viva!

Em nome dos diretores da Mostra, Leon Cakoff e Renata de Almeida, temos a honra de informar que o seu filme “Frágeis Afetos” foi selecionado para a 33ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo.

A Mostra acontecerá de 23 de outubro a 5 de novembro de 2009. Solicitamos por favor que nos confirme a participação do filme e a disponibilidade da cópia para o período do festival.

Parabenizando pela seleção, reiteramos os nossos sinceros agradecimentos.

Atenciosamente,

Alexandra Donato
Executive Producer33rd São Paulo International Film Festival
33ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo

quarta-feira, 2 de setembro de 2009



III Curta Cabo Frio


Nesta sexta-feira, dia 4 de setembro, Frágeis afetos abre em programa duplo com o longa-metragem Apenas o fim, o III Curta Cabo Frio, na Região dos Lagos. Os dois filmes tratam de relacionamentos que terminam: um em silêncio e outro repleto de palavras. É o amor...

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Nossa atriz em Gramado


Na matéria de Rodrigo Fonseca em O GLOBO de hoje, ele destaca os "Curtas que roubaram a festa em Gramado". Pena que não era o nosso, mas nossa atriz estava lá, não fisicamente, mas na tela, no curta "Em terra de cego", de João Boltshauser, uma transposição de "As mil e uma noites" para as favelas do Rio. E aí, Rodrigo Fonseca escreve: "O filme ainda teve direito a uma Xerazade mulata (Shirley Cruz) que deixou Gramado suspirando". Não é senssacional! Tenho certeza que Shirley deixou Gramado suspirando não apenas porque ela é linda mesmo, fotografa magnificamente, mas porque é uma ótima, excelente atriz. Frágeis afetos também comprova isso!

quinta-feira, 2 de julho de 2009

A estreia - sem acento




Foi no dia 8 de junho... Mas de lá para cá tanta coisa pra fazer...

A estreia foi maravilhosa! Compartilhei com amigos não só a alegria de mostrar o filme, mas também de pré-comemorar meu aniversário que foi no dia seguinte.

O Solar de Botafogo foi maravilhoso! Ficamos à vontade, como se a casa fosse nossa. Servimos os vinhos do Lidador e a cachaça Magnífica, além do sorvetinho em pequenas taças para ficar no clima do filme.



Aí estão meus queridos atores. Alexandre Lino, que deu a dica da música, e Shirley, co-produtora com sua Preta Produções, que pegou firma na produção do evento de lançamento.
Tivemos duas sessões. A primeira por volta das 19 horas e a outra uma hora depois. E olha que ainda dava para ter outra porque chegou mais gente por volta das 21 horas.






Entre as muitas coisas geniais da noite, apareceu essa galera aí em cima: o povo da antiga TV Educativa. Gente que fez um jornalismo sério lá pelos idos dos anos 1980/1990.
Mas teve muito mais gente: família, galera de cinema - inclusive ex-alunos -, amigos de várias áreas e a equipe.
Subimos ao palco duas vezes. Comemoramos nosso feito e o fato de que na véspera o filme havia sido exibido no FAM - Vídeos do Mercosul de Florianópolis. Foi a nossa estreia nacional, antes de nossa estreia local para amigos.




Bom, aí está parte da equipe. Nem todo mundo pode ir, muita gente trabalhando...

E mais uma foto: eu e meu ator!


E aguardem: vamos fazer mais!!!

E logo, vou postar também um videozinho da estreia.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Primeiro festival

Frágeis afetos foi selecionado para o FAM - Florianópolis Audiovisual Mercosul 2009. O Festival começa agora dia 5 de junho e recebeu 236 inscrições de vídeos dos quais 33 foram selecionados. E o nosso está entre eles. Interessante é que eles dizem que é o "maior painel criativo". Vejam lá.

http://www.audiovisualmercosul.com.br/index.asp

Vejam o blog também.

http://audiovisualmercosul.blogspot.com/

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Amigos e parcerias são fundamentais!

Às vezes, a gente acha que não realiza porque não tem dinheiro. Ok! Está certo... (já até falei disso aqui!) Mas só sob alguns aspectos. Com amigos por perto se faz muitas coisas. Assim fiz o filme. E há parcerias possíveis que a gente nem imagina.
Imaginaria eu que apenas ao mandar um e-mail com roteiro e currículo para João Gilberto Noll e Adriana Calcanhoto conseguiria fazer o filme que desejava com a música que tanto queria? Não, eu não imaginaria. Mas mandei e tudo deu certo!
Imaginaria eu que ao contatar a editora Record - editora de Noll - eles imprimiriam o convite para o lançamento sem custo? Não, mas foram super-gentis. (será que ainda tem hífen?)
Imaginaria eu que ao conhecer Leonardo Franco, do Solar de Botafogo, e o Guggo conseguiria lançar meu filme num lugar tão chique, tão legal? Não, mas fui lá, conversamos e aí está a coisa acontecendo...
E assim entrou a Shirley com a Preta Produções conseguindo apoios para uma bebidinha comemorativa - aliás, comoramação dupla: lançamento do filme e véspera de aniversário.
E o Osvaldo com equipamento...
E o pessoal do Estação - em especial a Lilian...
E o pessoal da sapataria Sampés...
E o precinho legal da Apema...
E minha amiga Katy e meu cunha Zé Carlos fazendo as legendas em espanhol e inglês para uma pretensiosa "carreira internacional"... rsrsrs
E sei lá mais o que que podemos juntar para fazer arte, fazer filme...
Um acúmulo de generosidades e gente bacana! Sem contar, é claro, a equipe que foi nota 10 - ai o lugar comum...
Que o nosso "lugar comum" seja aquele em que todos se juntam, fazem o primeiro e apostam que o segundo, o terceiro, o quarto, o quinto se transforme numa carreira... num coletivo: o nosso ColetiVoX.

Convidando...


Bom, não dá para ver direito, mas é o convite virtual para o lançamento do filme no Solar de Botafogo, às 18 horas, no dia 8 de junho, véspera do meu aniversário.




terça-feira, 5 de maio de 2009

ADAPTAÇÃO

Hoje, vi, depois de séculos, o filme Adaptação, de Charles Kaufman. E tem uma sequência em que ele está enlouquecido porque não consegue adaptar o livro e vai a um desses workshops de roteiro - que devem existir aos montes nos Estados Unidos - com um cara que deve ser o protótipo de Syd Field. Aí, o personagem se levanta e pergunta sobre a história que ele quer adaptar e na qual nada acontece, não há uma linha narrativa. Resultado: toma maior bronca do professor-instrutor-sabe tudo, sei lá... A alter-ego de Kaufman fala que o romance é como a vida: não acontece nada. E o professor grita: como não acontece nada ma vida! Tem gente sendo morta, tem isso, tem aquilo!
Aí fiquei pensando: cara, no meu filme não acontece nada. Aparentemente. O que se fala não tem a ver com acontecimentos do tipo tradicional da narrativa: mundo comum, equilibrado, rompe o equilíbrio e volta ao novo equilíbrio com os personagens modificados. Pobres dos meus personagens. Desiludidos... Esperam acontecer algo e não acontece. Frustrações como na vida comum.
Mas o professor fala: escolha um final. O final é que é o lance.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

TRAILLER

sexta-feira, 10 de abril de 2009

A "coisa"

Qual a coisa que eu queria? Pesquiso a adaptação de textos literários para o cinema há mais de 15 anos. Mas sou cismada com essa história há muito mais do que isso. Desde os tempos da faculdade, lá na década de 80, tinha uma ligação com a história. Começou com Carmem, de Prosper Merimée, que teve várias adaptações. Fiquei pensando tanto nisso que quando entrei para o mestrado na PUC fiz minha dissertação sobre adaptação. Aí era Rubem Fonseca, outra cisma. Adoro o que ele escreve. Até que dei de cara com o conto do Noll. Eu "vi" a história e achei que falar de amores que prometem e não se cumprem era sensacional. Sem contar que havia uma troca de lugares, que eu amei mais ainda. E essa era a "coisa". Não estou bem no que sou, esse outro poderia ser eu. Quero ser o outro. E vivo essa experiência. Só na literatura ou no cinema, eu posso fazer isso.
Tem ainda outra "coisa". Todos os textos sobre adaptação dizem: leia e se afasta do texto original. Mas eu amo filmes que leem e ficam ali grudados. Eu grudei. Eu queria fazer o filme como o texto. Essa foi minha experiência pessoal: tentar fazer um filme que fosse o mais próximo possível do texto original. Hoje, quando releio o texto, acho que está muito, muito parecido. E eu adoro isso! Não sei se funciona. É um filme onde nada acontece. Não há os chamados plot points. Nâo faz graça também. E eu sei que os curtas-metragens de ficção que fazem sucesso, em geral, são engraçados, alguma piadinha... Ops! Ok, há curtas que eu adoro e são inteligentes~, não apenas piadinhas. Mas no meu filme só rola supresa, apreensão e decepção. Como os amores líquidos, do Baumann.

Os atores

Quando escrevi, achei que era um filme no qual eu precisaria de atores de confiança. Gente que entendesse o que eu queria dizer. E caras bonitas porque queria caprichar na expressão dos rostos. Lembrei logo de dois grandes amigos: Shirley e Lino.
Achei que os dois trariam o que eu queria pra o filme. Mandei o roteiro para eles que logo toparam a empreitada. Ambos ocupadíssimos, mas dispostos a "perder" um final de semana para fazer um Noll no cinema.

Mas foi um desencontro, no início. Marquei com os dois, só Shirley pode ir. Depois marquei de novo. Só Lino foi e encarou uma macarrão fora do ponto. Até que um dia, acertei os dois juntos em um único ensaio, mas no qual a chamada "química" rolou de cara. Eu sabia! Eles eram meus personagens e ótimos atores, como são, fariam a "coisa" acontecer.


sexta-feira, 13 de março de 2009

Filme sem dinheiro

Perdoem o falso título! Porque DEFINITIVAMENTE não se faz filme sem dinheiro. Tudo, tudo, absolutamente tudo custa alguma coisa! Locação, por exemplo. Eu sou fã de filme em locação. Esse negócio de estúdio é mais caro ainda e a locação me parece mais interessante, mais natural. Eu cismei com uma sapataria perto da minha casa do Flamengo. Eu sempre comprava alguma coisinha na Sampés da Marquês de Abrantes esquina com São Salvador.

O Sushi Mar não tem nada a ver com isso. Só está lá em cima das placas na esquina.

Aí está a sapataria. E la no fundo, um caminhão gerador... Bom, essa é outra história que eu conto depois.
Mas, conseguimos a locação que eu queria graças à diretora de produção Renata Peralva que batalhou com o supervisor Fernando. Ele foi super-gentil, mas eu no o conheço até hoje. Conheci o gerente da loja Ronaldo que também foi mil. Aliás, conversando com ele descobri que trabalhei com o sogro dele, o Pernambuco, que foi editor da TVE. Sabe aquela história de que o mundo é um fusca e cabem seis pessoas. Pois é...
Os dois foram ótimos, os funcionários foram ótimos, mas tem um custo financeiro. Afinal, iríamos gastar a luz do cara num domingo quando a loja deveria estar fechada. E era preciso ter dois funcionários lá dando uma força. Custou quase nada, mas é custo, né? Por isso, digo que nenhum filme se faz sem dinheiro.
Vamos voltar lá ao gerador. A idéia não era ter um gerador, mas uma festiva. Quer dizer, fazer oficialmente um gato. Fui à Light e paguei um pouco mais de 100 reais para ir um funcionário lá na esquina fazer o tal gato oficial que aguentasse a luz que iríamos usar. E como eu saberia a quantidade de luz? Aí gastei meu celular ligando para eletricista, diretor de fotografia de dentro da loja da Light onde tive que ir umas 3 vezes e enfrentar fila para resolver. Paguei, mas não resolvi.
Eu, Thiago e o eletricista João ficamos no horário combinado na esquina da sapataria às vésperas da filmagem por 4 horas esperando os técnicos da Light. Claro que durante este tempo gastei mais alguns milhares de impulsos do meu celular para os caras chegarem e falarem que era impossível fazer a tal festiva. Só que estava todo mundo mobilizado, equipamento alugado, tudo certo para a filmagem. Depois de mais alguns impulsos de celular consegui que alguém da Light me garantisse que na manhã seguinte, por volta das 5 horas, chegaria uma pessoa que resolveria nosso problema.
Às 5 da manhã, do dia 29 de junho, eu estava no meu carro em direção ao Rio Comprido para buscar o eletricista e falando ao celular com a Light. E não é que os caras não conseguiram fazer a tal festiva mesmo!!! Depois que eu me estressei bastante em mais alguns milhares de impulsos de celular, eles resolveram mandar um caminhão gerador para resolver o problema.


Enquanto o gerador era instalado e João preparava as ligações de luz, eu recebia em casa, ali perto, a equipe para um café da manhã reforçado porque o previsto era um dia inteiro de filmagem.
O previsto era começar às seis, mas os imprevistos nos fizeram começar às 9h.
Mas voltando a questão da grana. Tive que fazer compras enormes para café da manhã e almoço da equipe na minha casa com o auxílio luxuoso da minha sogra Margareth que, enquanto eu filmava, preparava o rango.
Gastei também uma grana com equipamentos. Mas, é claro, muito menos do que se gastaria se eu não tivesse amigos sensacionais. Shirley, a atriz, e Paulinho, o câmera, que são donos da Preta Filmes! entraram como co-produtores cedendo a HDV e arrumando um povo maravilhoso para a equipe: Jeff, na assistência de câmera, Claudinho, no som, e Onça, no microfone.
Grande parte do equipamento de luz foi emprestado por Osvaldo Enne, dono da Pólo Cenário - locadora de equipamentos de luz e meu eterno aluno. Outra parte tive que alugar na Apema com um ótimo desconto mediado por outra amiga, Elianne Ivo Barroso.

Mas todo mundo que faz fimes sabe que há trabalhos profissionais que não rolam de graça. eu consegui atores, equipe de fotografia, equipe de som, figurantes, gente que se ofereceu para o projeto - como o Marcos, de Cabo Frio, que conheci quando dei um curso de roteiro no festival de lá, e Rafael, amigo da Renata que estuda cinema. Mas eletricista e motorista você tem que pagar. E não dá para fazer um filme sem o cara que sabe como controlar aquela energia toda e evita que o set pegue fogo e nem sem o cara que tem um carro para transportar a tralha que é o equipamento, mesmo num filme em digital. E tem ainda que comprar umas bobagens para a cena: avental, sorvete, taças, canudos coloridos...
Tinha também outra locação que era a soreveteria. A gente tentou o Devassa do Flamengo, quase em frente à sapataria. Seria mais um esquema perto da minha casa, com menos transporte, menos problema com alimentação da equipe, mas eles não toparam. Aí pensei no Café do Estação, em Botafogo, mais ou menos perto. Acionei minha ex-ex-ex-aluna Liliam Hargreves - porque faz muito teeeeempo que ela foi minha aluna - que me deu os caminhos.



Vera Saboya, do Café do Estação, e Mariana Maceri - do Estação - além de Luana, gerente de lá, resolveram meu problema. Mas tinha também aqueles custos básicos: luz e segurança.

Na filmagem, no café que virou sorveteria, não conseguimos ter a equipe de som porque a galera estava trabalhando e tivemos que filmar na madrugada. De meia noite ás 5h. Levamos o equipamento para lá no meu carro e no carro do meu cunhado Júlio e da minha irmã Sandra.

Ah! E tem também que comprar um lanchinho para a galera durante a filmagem porque ninguém aguenta horas e horas a seco. Tem água, café, mate, biscoito...

E quando acaba, mesmo que você faça o filme em casa: tem que comprar DVD´s, CD´s, capas de DVD, etiquetas, tinta para impressora e pagar as postagens com registro para os festivais. Porque curta-metragem é festival e ponto!

Você tem também que pensar no lançamento, na pré-estreia. E aí mais uma vez, conhecer pessoas é fundamental. Acabei de fechar com o Leonardo Franco, do Solar de Botafogo, a estreia lá. Fechei com a Editora Record - que é a editora do João Gilberto Noll - a impressão de convites e marcadores de livro de graça. Mas quem vai fazer a arte final? Por sorte, dou aulas em uma escola técnica de comunicação e a galera de lá vai fazer a arte para mim como apoio. mas no coquetel não vai ter jeito: vou morrer em mais uns cruzeiros!!!

Ah, já ia esquecendo! Eu precisava de dois pares de sandálias novas - um para o homem e outro para a mulher. Comprei com desconto na mesma Sampés. Dei a sandália para meu pai e vou com a da mulher na pré-estreia.

Ainda nem fiz a contas. Tenho preguiça com números. Mas calculo por alto o gasto de uns 5 ou 7 mil reais. Isso porque não paguei direitos autorais da adaptação do conto do Noll nem da mùsica da Adriana Calcanhoto. Eles foram muito generosos sem nem mesmo me conhecer. Outra história que conto depois.

Fico pensando: por que gastei esse dinheiro? Acho que dava para férias em Buenos Aires. Mas quando lembro o prazer que foram os dias de filmagem e os dias de edição e pensar sobre esse filme...









Não houve tempo para ensaios. Todo mundo muito ocupado, trabalhando muito. Até mesmo para promover o primeiro encontro entre os atores Shirley Cruz e Alexandre Lino foi complicado. No primeiro que conseguimos, ensaiamos a primeira cena na minha casa. Passamos logo para o computador e fizemos uma edição. E não é que no dia da filmagem saiu um pouco diferente! Mas a idéia estava toda na minha cabeça. O filme já existia nela. Eu vi!


No final de 2006, o escritor gaúcho João Gilberto Noll publicou um livro de contos - A máquina do ser. Ao lê-lo, descobri um conto que me fascinou. Parecia a síntese da angústia dos muitos solitários que povoam a literatura de Noll. O título era pura poesia: Frágeis afetos. Não resisti ao desejo de transformar aquela história em um roteiro. Mas a minha versão, o mais próximo possível da prosa literária que, simplesmente, amo, ficou por meses no meu computador. Ousei mostrar para um amigo ou outro, mas me faltava coragem para concretizar a transmutação das palavras em sons e imagens. Passei praticamente um ano pensando no assunto até que, em fins de 2007, consegui o telefone de Noll a fim de solicitar a autorização para filmar a adaptação. Confesso que levei mais alguns meses para ligar, conseguir o e-mail do autor e enviar a ele meu roteiro. Uma manhã, acordei decidida e cumpri a missão. Fiquei surpresa ao receber quase que imediatamente a resposta: Sim, eu poderia filmar o conto no formato de curta-metragem. Mas foi necessário mais um longo tempo para concretizar o projeto. Filmar depende de dinheiro, mas, no meu caso, dependeu mais de parcerias. Amigos maravilhosos se juntaram ao projeto que teve o seu primeiro dia de filmagem em 29 de junho de 2008. Nove meses depois, o filme estava pronto.