sexta-feira, 13 de março de 2009


No final de 2006, o escritor gaúcho João Gilberto Noll publicou um livro de contos - A máquina do ser. Ao lê-lo, descobri um conto que me fascinou. Parecia a síntese da angústia dos muitos solitários que povoam a literatura de Noll. O título era pura poesia: Frágeis afetos. Não resisti ao desejo de transformar aquela história em um roteiro. Mas a minha versão, o mais próximo possível da prosa literária que, simplesmente, amo, ficou por meses no meu computador. Ousei mostrar para um amigo ou outro, mas me faltava coragem para concretizar a transmutação das palavras em sons e imagens. Passei praticamente um ano pensando no assunto até que, em fins de 2007, consegui o telefone de Noll a fim de solicitar a autorização para filmar a adaptação. Confesso que levei mais alguns meses para ligar, conseguir o e-mail do autor e enviar a ele meu roteiro. Uma manhã, acordei decidida e cumpri a missão. Fiquei surpresa ao receber quase que imediatamente a resposta: Sim, eu poderia filmar o conto no formato de curta-metragem. Mas foi necessário mais um longo tempo para concretizar o projeto. Filmar depende de dinheiro, mas, no meu caso, dependeu mais de parcerias. Amigos maravilhosos se juntaram ao projeto que teve o seu primeiro dia de filmagem em 29 de junho de 2008. Nove meses depois, o filme estava pronto.

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